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domingo, 5 de março de 2017

Babesiose - Febre da carraça!


            A Babesiose, habitualmente designada de Febre da Carraça, afecta principalmente o cão embora possa também, ainda que em menor número, afectar o gato e está difundida com maior incidência nas zonas tropicais , sub-tropicais e temperadas. Existem inúmeras espécies de babésias em Portugal, no entanto, a Babesia canis é a mais comum.
            A Babesiose é uma doença parasitária que não atinge o Homem. É provocada por um protozoário (Babesia spp.) que afecta principalmente os glóbulos vermelhos ou eritrócitos e onde se multiplica.
            Os protozoários penetram no cães saudáveis através da picada de uma carraça infectada; esta por sua vez, fica infectada ao ingerir sangue com eritrócitos parasitados. Todos os estádios da carraça podem transmitir a doença mas a fêmea adulta é a mais eficiente. Para que a transmissão do protozoário se dê, é necessário que a carraça permaneça fixa no hospedeiro a ingerir sangue durante 48 a 72 horas. Uma vez no sangue, o parasita invade os glóbulos vermelhos causando a sua destruição e consequentemente a sua diminuição , originando uma anemia hemolítica.
            O período de incubação, que é o tempo que decorre entre o momento em que o animal contrai a doença e o aparecimento dos primeiros sintomas, varia entre os dez dias a três semanas.
            Os sintomas iniciais são normalmente depressão, fraqueza, anorexia (falta de apetite) e mucosas pálidas. A icterícia, urina alaranjada a vermelhada, febre e esplenomegália (aumento do tamanho do baço) são normalmente sintomas que aparecem mais tarde. A sua forma aguda ocorre normalmente em cães jovens muito parasitados. A infecção crónica é caracterizada por febres intermitentes, apetite caprichoso e perda de condição física.
            A babesiose felina afecta gatos com menos de dois anos e caracteriza-se pelo aparecimento de sintomas como: anorexia, letargia, fraqueza e mucosas pálidas. O aparecimento de sintomas como febre e icterícia são raros.
            O tratamento desta doença baseia-se na eliminação da circulação do parasita com fármacos anti-babésicos. O tratamento deve também ser sintomático e de suporte, dependendo do estado clínico com que o animal se apresenta necessitando a grande maioria de fluidos e alguns de transfusões sanguíneas.
            O primordial da prevenção da Babesiose consiste no controlo das carraças (Rhipicephalus sanguineus e Dermacentor reticulatus) mediante a utilização de produtos adequados e regulares, sendo também fundamental a limpeza e controlo do local onde o animal se encontra. Para além disso, a simples presença da carraça, a alimentar-se de sangue é, por si só, prejudicial; numa infestação média, o volume de sangue ingerido é considerável e o prurido causado pela picada pode levar o cão a infligir-se lesões de pele extensas, secundadas por infecções bacterianas.

            Actualmente encontra-se também disponível uma vacina para o controlo desta patologia, que apenas é eficaz frente a Babesia canis e que pode ser incorporada no restante protocolo vacinal.

O Médico Veterinário é o profissional mais habilitado para esclarecer todas as suas dúvidas e aconselhar quais os produtos mais adequados aos seus animais.

NUNCA administre medicamentos sem aconselhamento Médico-veterinário!

* Director Clínico do Centro Médico-Veterinário VilelaVet

francisco.vilela@vilelavet.pt

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