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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Parvovirose Canina

Esta doença tem como causa um vírus, o Parvovirus e uma estreita relação com o vírus da panleucopénia felina. A parvovirose surgiu em Portugal por volta dos anos 80. Atinge também outros canídeos (lobo e raposa) mas, não infecta o Homem ou os gatos.
            A contaminação é normalmente por via oral e a transmissão é feita a partir da urina, saliva e principalmente através de fezes de animais infectados. Nas fezes, a eliminação do vírus atinge o pico máximo por volta do 5.º dia sendo suficiente 1 grama de fezes para infectar 5 mil cães.
            O vírus ao entrar no organismo multiplica-se e entra em situação de virémia entre o 3.º e o 5.º dia e dá-se, então, uma disseminação generalizada do vírus e a sua eliminação nas fezes. Este vírus apresenta apetência para se multiplicar no núcleo de células em divisão activa. É por esse facto que, consoante a idade do animal, podem aparecer duas formas diferentes da doença.
            Nos primeiros dias até às quatro semanas de vida , são as células do músculo cardíaco que, encontrando-se em divisão activa, são afectados e se desenvolve a forma cardíaca. Esta forma é rara pois apenas atinge cachorros provenientes de mães não vacinadas. Os principais sintomas são a dificuldade em respirar, edema pulmonar, cianose, pulso fraco e irregular e ritmo cardíaco aumentado e morte rápida.
            A partir das quatro semanas, são as células do epitélio intestinal que são afectadas desenvolvendo-se, então, a forma entérica, caracterizada mais frequentemente por uma gastroenterite hemorrágica. O primeiro sintoma manifesta-se por depressão generalizada e depois surge o vómito e a diarreia, sendo aguda e sanguinolenta. O animal apresenta desidratação, abdómen dilatado e inicialmente hipertermia que evolui para hipotermia por perca de sangue e anemia.
            A mortalidade e morbilidade são bastante elevadas nos cachorros ou cães sem anticorpos, os quais são muito sensíveis à doença. Os cães adultos são quase todos portadores de anticorpos e nestes os casos clínicos são excepcionais.
            A profilaxia sanitária não é muito importante uma vez que não existe nenhuma medida sanitária eficaz, devido à grande resistência do vírus, à sua difusibilidade e as enormes quantidades eliminadas nas fezes. No entanto, o uso de desinfectantes como o formaldeído a 4% e a lixívia a 1:30, podem diminuir a sua incidência.
            A profilaxia médica activa é a mais importante! As vacinas vivas homólogas protegem o animal quatro dias após a sua administração. A eficácia de protecção pode atingir 99%.
            O cachorro deve portanto ser vacinado pela primeira vez entre as 4 e 6 semanas, fazer o reforço passado 3 a 4 semanas e estar em período vacinal até aos quatro meses e meio.
A revacinação anual reveste-se de extrema importância.


O Médico Veterinário é o profissional mais habilitado para esclarecer todas as suas dúvidas e aconselhar quais os produtos mais adequados aos seus animais.

Publicado no semanário A Voz de Trás-os-Montes
* Director Clínico do Centro Médico-Veterinário VilelaVet
francisco.vilela@vilelavet.pt

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